Desde o primeiro quartel do século XV, que a ilha da Madeira e em particular o porto do Funchal, à semelhança das Canárias, foram um importante ponto de escala e apoio às expedições da expansão portuguesa, primeiro para Oriente e depois para o Brasil. Neste porto contemplava-se abrigo e abastecimento das naus, bem como trocas comerciais de bens de cultivo regional como o vinho e o açúcar. À época, o sector primário assume um peso significativo na economia da região, pese embora, mais tarde, a sua importância, no contexto das trocas comerciais europeias, desvaneça com a concorrência no século XVI, das produções provenientes do Brasil.
O período que decorre entre os finais do século XVI e a primeira metade do século XVII constitui um momento importante na história das ilhas e
da gestão dos recursos marítimos do Atlântico.
A decadência política e social que se vivia no Portugal de então, em conjunto com a concorrência das Ilhas Canárias, atenuam a proeminência da Madeira, que, no entanto, mantinha ainda alguma relevância portuária em certas rotas do Atlântico Sul, relacionadas com mercados portugueses e com alguns circuitos de emigração.
É importante salientar, que na base da crise experimentada por Portugal, encontravam-se as constantes querelas pela soberania sobre o Mar Ibérico, construído à custa de pactos e bulas papais.
O oceano da segunda metade do século XVI perspectivava-se como um espaço que deveria ser de livre circulação. Desta intenção, resultam conflitos que contribuirão para o reconhecimento definitivo do direito ao oceano aos diversos povos do espaço europeu, […]“aos poucos o maré clausum transformou-se no “maré liberum” […] (apud, Vieira, 1994).
A instabilidade vivida teve como resultado batalhas navais e assaltos de corsários, reflectindo-se de forma evidente no quotidiano insular pela inquietação das populações e traduzindo-se numa nova estruturação social, mais voltada para a defesa. Foram então, organizadas milícias, novos planos de fortificação, o artilhamento das embarcações comerciais e a criação de uma armada para defesa das naus em trânsito.
Em terra foi estratificada uma linha defensiva nos principais portos, ancoradouros e baías, que embora insuficiente, tinha como objectivo travar o desembarque de possíveis intrusos. O temor e o clima de insegurança que se vivia nos arquipélagos, teve na unificação ibérica e no recentemente aclamado rei de Portugal, Filipe II (fig.17), o principal rosto.
D. Filipe, apostou na centralização das ilhas, pondo termo a alguns poderes tradicionais, que no caso das ilhas portuguesas, constituiu-se como uma represália ao autoritarismo dos Capitães Donatários. A falta de lealdade de alguns à coroa culminou numa quase total perda de influência.
A união das duas coroas peninsulares e a subjugação à nova monarquia, contribuiu para um agravar das hostilidades e para o aumento da vulnerabilidade do arquipélago às investidas dos piratas e corsários europeus.
O período que decorre entre os finais do século XVI e a primeira metade do século XVII constitui um momento importante na história das ilhas e

A decadência política e social que se vivia no Portugal de então, em conjunto com a concorrência das Ilhas Canárias, atenuam a proeminência da Madeira, que, no entanto, mantinha ainda alguma relevância portuária em certas rotas do Atlântico Sul, relacionadas com mercados portugueses e com alguns circuitos de emigração.
É importante salientar, que na base da crise experimentada por Portugal, encontravam-se as constantes querelas pela soberania sobre o Mar Ibérico, construído à custa de pactos e bulas papais.
O oceano da segunda metade do século XVI perspectivava-se como um espaço que deveria ser de livre circulação. Desta intenção, resultam conflitos que contribuirão para o reconhecimento definitivo do direito ao oceano aos diversos povos do espaço europeu, […]“aos poucos o maré clausum transformou-se no “maré liberum” […] (apud, Vieira, 1994).
A instabilidade vivida teve como resultado batalhas navais e assaltos de corsários, reflectindo-se de forma evidente no quotidiano insular pela inquietação das populações e traduzindo-se numa nova estruturação social, mais voltada para a defesa. Foram então, organizadas milícias, novos planos de fortificação, o artilhamento das embarcações comerciais e a criação de uma armada para defesa das naus em trânsito.
Em terra foi estratificada uma linha defensiva nos principais portos, ancoradouros e baías, que embora insuficiente, tinha como objectivo travar o desembarque de possíveis intrusos. O temor e o clima de insegurança que se vivia nos arquipélagos, teve na unificação ibérica e no recentemente aclamado rei de Portugal, Filipe II (fig.17), o principal rosto.
D. Filipe, apostou na centralização das ilhas, pondo termo a alguns poderes tradicionais, que no caso das ilhas portuguesas, constituiu-se como uma represália ao autoritarismo dos Capitães Donatários. A falta de lealdade de alguns à coroa culminou numa quase total perda de influência.
A união das duas coroas peninsulares e a subjugação à nova monarquia, contribuiu para um agravar das hostilidades e para o aumento da vulnerabilidade do arquipélago às investidas dos piratas e corsários europeus.
Museu de Arte Contemporânea do Funchal / Márcia de Sousa